O Brasil registrou em 2024 um fluxo cambial negativo de US$ 18,014 bilhões, a maior fuga de dólares do país em quatro anostigrinho desenho, segundo dados do Banco Central.
Essa foi a terceira maior saída líquida anual de dólares do país na série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1982. O resultado só perde para os registrados em 2019 e 2020, no governo Jair Bolsonaro (PL), quando as saídas líquidas foram de US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente.
Cédulas de dólar - Gabriel Cabral /FolhapressComo mostrou a Folha, os dados preliminares até o dia 27 de dezembro registravam um fluxo cambial negativo de US$ 15,918 bilhões em 2024.
No acumulado do ano passado, houve fuga recorde de dólares pela via financeira, de US$ 87,214 bilhões. Esse foi o pior desempenho da história, em termos nominais, por esse canal.
O fluxo financeiro está relacionado à entrada e à saída de dólares no mercado de capitais, com operações referentes a, por exemplo, investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos no exterior e investimentos estrangeiros diretos.
Folha Mercado jogo do tigreJá a conta comercial registrou entrada líquida de US$ 69,2 bilhões, com exportações de US$ 300 bilhões e importações de US$ 230,8 bilhões.
Só em dezembro, o fluxo cambial total foi negativo em US$ 26,41 bilhões, movimento também puxado pela via financeira. Desse total, houve saída de US$ 28,86 bilhões pelo canal financeiro e entrada de US$ 2,45 bilhões pela via comercial.
Os dados do BC mostram ainda que essa foi a maior saída de dólares para um único mês. Em dezembro, a moeda norte-americana atingiu as cotações máximas e chegou a operar acima de R$ 6,20.
A escalada do dólar refletiu, entre outros fatores, a preocupação do mercado financeiro com a trajetória das contas públicas e a desconfiança dos agentes com relação ao pacote de contenção de despesas apresentado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).
Também pressionaram a moeda fatores internacionais, em especial as expectativas sobre a economia dos Estados Unidos sob o comando do republicano Donald Trump, que tomará posse no próximo dia 20, e a política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).
No ano, o dólar acumulou alta de 27% e encerrou 2024 cotado a R$ 6,18. Com a forte saída de recursos do país, o BC realizou uma série de leilões da moeda norte-americana em dezembro.
Foram 14 intervenções em um único mês, entre leilões extraordinários de dólares à vista e operações com compromisso de recompra, com mais de US$ 32 bilhões injetados no mercado de câmbio.
Ao aumentar a quantidade de dólares disponíveis aos investidores, o BC buscou atenuar disfuncionalidades nas negociações na reta final do ano.
Em dezembro, o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária resolveu reagir a um volume atípico de operações. Na ocasião, mencionou que os dividendos pagos pelas empresas estavam acima da média, que o fluxo financeiro no ano estava bastante negativo e que as pessoas físicas estavam tirando maior volume de recursos do país.
Com a forte atuação do BC, as reservas internacionais do Brasil caíram para US$ 329,73 bilhões em 31 de dezembro, ante US$ 363 bilhões no fim de novembro.
A queda nominal de US$ 33,27 bilhões foi a maior já observada para um mês na série histórica do BC, iniciada em setembro de 1998. Em termos percentuais, houve um recuo nominal de 9,2%.
Apesar do recuo, especialistas consideram que o Brasil possui reservas em volume adequado para dar conta dos compromissos do país.
As reservas internacionais são os ativos do país em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de colchão de segurança contra choques externos, como crises cambiais ou fugas de capital, em momentos de turbulência no mercado global.
Em dezembro, tradicionalmente, há um aumento no fluxo de saída de dólares do Brasil, o que exige maior atuação do BC para dar liquidez a esse movimento sazonal. Desde 1999, o país adota o regime de câmbio flutuante.
Entenda o fluxo cambial do Brasil registrado pelo BCO fluxo cambial, monitorado pelo Banco Central, é composto por dois principais canais que refletem como dólares entram e saem do país: o canal comercial e o canal financeiro.
Canal comercial
Representa a soma das entradas de divisas estrangeiras no país resultantes de bens e serviços vendidos ao exterior (exportações) com as saídas para pagar os adquiridos no exterior (importações), refletindo o desempenho do setor externo.
Canal financeiro
Representa o saldo de entradas e saídas de dólares por meio de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), remessas de lucros e dividendos por empresas multinacionais no país, empréstimos e financiamentos internacionais etc. É mais influenciado pelas taxas de juros, percepção de risco e expectativas sobre a economia do país.
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